dimanche 16 octobre 2011

Parte 2: Caso de plagio, problemas inflacionarios e licoes da economia...

Ola de novo,

Semana passada eu assisti uma palestra de um camarada que se chama Michael Nielsen. Ele acabou de lancar um livro chamado "Open Science: The Promise and the Challenge", que tem muito a ver com o post do Bruno.

Esse camarada falou das origens das publicacoes cientificas e sobre como fazer ciencia eh um conceito que vem evoluindo desde a renascenca. O exemplo mais legal que ele usou foi o de Galileu. Galileu nao publicava imediatamente suas descobertas. Ao contrario, ele documentava suas descobertas, as convertia em anagramas e enviava a seus "concorrentes", pessoas que estavam fazendo observacoes dos astros como ele na epoca. A ideia era que se algum dos seus concorrentes publicasse algo que ele ja havia descoberto, tudo que ele deveria fazer era converter o anagrama no artigo original e provaria que ele havia sido o primeiro descobridor!! Mas pra que esta historia de anagramas? Bem, isso se deve a dificuldade de saber o que exatamente o seu 'concorrente' sabe sem revelar muito sobre o que voce sabe. O que eh incrivel eh que isso acontecia no seculo 17 e acontece ate hoje no seculo 21..

O Michael falou tambem da relutancia dos cientistas do seculo 19 a publicar seus trabalhos para evitar a concorrencia. Hoje em dia a publicacao de trabalhos cientificos virou 'dinheiro'. Virou pre-requisito para conseguir financiamento para novos projetos pois eh um 'atestado' de que se faz pesquisa. Isto acontecia na epoca de Galileu tambem! Querem saber como? Como eu disse anteriormente, Galileu nao publicava seus trabalhos imediatamente mas quando ele descobriu as quatro luas de Jupiter, ele se apressou em publicar a sua descoberta e ofereceu nomear as luas em troca de patrocinio. Quem decidiu patrocinar Dr. Galileu? Os medicis.. Logo, as quatro luas se chamavam Cosmica Sidera, em homenagem ao Cosimo II de' Medici (1590–1621). Olha so a foto do patrao.

Historia interessante nao? Interessante tambem eh ver como o problema continua evoluindo junto com a maneira como fazemos pesquisa.

R

2 commentaires:

  1. Opa Rogério, imagino que esta palestra tenha sido bem interessante! De fato, atualmente a comunidade científica escreve artigos para que eles passem pelos revisores, não para avançar o conhecimento, ou seja, o que é mais importante (de acordo com o sistema vigente) é aquele parágrafo em que colocamos as contribuições do artigo. (É só lembrarmos das principais questões e boa parte dos orientadores de doutorado: "Qual é a contribuição do artigo? Isso tem que ficar claro". Contudo, eles raramente se preocupam se o artigo poderá ser reproduzido por outros pesquisadores.) Eu me lembro da discussão que o Antônio teve com o ex-orientador de vocês. Numa discussão, o Antônio argumentou (de forma bem correta), que a tese deveria ser escrita para que outras pessoas pudessem entender o assunto (o que se constitui em disseminar o conhecimento), enquanto que o ex-orientador disse que a tese serviria apenas para convencer os revisores (que geralmente lêm a tese por alto) de que a tese merecia ser aprovada! Pouco importa se alguém vai entender o que você fez, basta passar a impressão que o trabalho avançou o estado da arte. Ou seja, eles apóiam a ideia do anagrama moderno. Francamente, we're doomed.

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  2. Bem notado meu caro Bruno, eh o anagrama moderno!!!

    E sim, we're all doomed.

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